Reaproveitamento: Pesquisa usa a casca do maracujá para adsorver corantes na água. Estudos comprovam a eficiência deste resíduo como meio alternativo para tratamento

Uma pesquisa realizada no Campus Curitiba vem estudando a capacidade da casca de maracujá como material alternativo para adsorção de corantes em água. Os estudos começaram em 2019 pelo aluno do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA), Lucas Lacerda Cabral, orientado pela professora Karina Querne de Carvalho Passig, e coorientado pela professora Poliana Macedo dos Santos.
Utilizando o resíduo da fruta do maracujá (fruto típico da América do Sul, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais), ou seja, a sua casca, os pesquisadores observaram o comportamento dela em soluções aquosas. Um dos despejos, segundo o pesquisador, em que os adsorventes convencionais não têm demonstrado eficiência são com relação aos corantes.
“Nos corpos hídricos estes corantes podem causar inibição do processo fotossintético, dificultando a incidência de luz solar e, consequentemente diminuindo a concentração de oxigênio dissolvido na água, prejudicando todos os organismos dessa comunidade. Além disso, a exposição contínua a altas concentrações destas substâncias pode ser prejudicial à saúde humana, uma vez que são substâncias tóxicas e carcinogênicas”, explica Lucas Cabral.
De acordo com os estudos da pesquisa, os adsorventes convencionais como o carvão ativado tem dificuldade na adsorção de corantes devido a características como recalcitrância, resistência à digestão aeróbia e estabilidade à agentes oxidantes.